Conheça 10 obras destacadas na coletiva que reúne 45 galerias privadas da capital
Por Paulo Lannes
Colaborador do Boníssimo
A terceira edição da mostra OndeAndaAOnda reinaugurou, no sábado (30/6), a galeria Parangolé do Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul) — que manteve as portas fechadas por quatro anos devido a problemas na estrutura do edifício. A escolha pela exposição de abertura não poderia ter sido mais acertada.
OndeAndaAOnda é uma mostra coletiva de galerias privadas da capital. São elas que mantêm o mercado de arte da cidade em movimento e servem de vitrine para os artistas plásticos brasilienses que estão produzindo atualmente.
Ao todo, 45 galerias trazem ao público artistas por elas representadas. Das obras expostas, pelo menos 16 são inéditas. E muitas valem ser percebidas e comentadas. Confira, abaixo, 10 obras que têm chamado a atenção do público:
Quadro Muito Profundo Para Ser Visto Rapidamente (2018), de Pamella Anderson. Da Galeria A Pilastra. Trata-se de uma releitura feita em acrílica sobre tela da fotografia que chamou atenção do Brasil (e fez muitos chorarem de rir). Na imagem, um homem vestido de homem-aranha ataca outro de camisa verde enquanto um terceiro tenta apartar a briga segurando um pênis de borracha. A cena é tão insólita que, sem saber a proveniência dela, muitos acreditariam ser irreal.
Desejos nº 11, nº 12 e nº 13 (2018), de João Angelini. Da Referência Galeria de Arte. A partir das ruínas de um azulejo, que remete ao período colonial brasileiro, constrói-se elementos florais e arabescos coloridos, vivos — como nunca havia sido anteriormente.
Sem título (sem data), de Kazuo Okubo. Da Galeria A Casa da Luz Vermelha. Mestre da fotografia erótica, Kazuo também trouxe à tona uma discussão acerca da paisagem feita de elementos inesperados. Nesse caso, as dunas foram criadas a partir de corpos e belos derrières.
Aproximações (2018), de Ralph Gehre. O artista mostra como ainda é possível produzir obras com questões geométricas e efeitos cromáticos.
Sutura de Concreto II (2018), de Adriana Vignoli. Da galeria Elefante Centro Cultural. Em constante movimento, a “estatuária” de Adriana traz um jogo entre as impressões provocadas entre os materiais pesados e a leveza da bola que vai-e-volta sem parar.
Morada Improvável (2018), de Nina Maia. Da Galeria Espaço Piloto. A partir de um gesso em pó, a artista construiu uma paisagem e a guardou em uma caixa de madeira e acrílico.
Sem título (sem data), de Camila Soato. Da Galeria NACO. A partir de pinturas expressionistas sem cenários, a artista traz de volta cenas que remetem a uma infância. Porém, os objetos apresentados se encontram em situações estranhas, que provocam pertubação no observador.
Tigrado 2 e 3 (2018) de Antônio Obá. Da galeria Elefante Centro Cultural. Sempre disposto a complexificar e denunciar a trajetória do negro em um ambiente racista, Obá cria cenas assustadores que permite o observador a olhar para seus próprios preconceitos.
O Canibal 1 (2018), de Cintia Falkenbach e Mario Jardim. Da Galeria Fuga. Parte de um tríptico, a obra trabalha entre o conteúdo (que traz imagens de índios canibais desenhados nos séculos 16 e 17) e materiais (madeira e utensílios de cobre) para recontar (e recriar) a história do Brasil
Natureza Morta 1 e 2, de Valéria Pena-Costa. Da Galeria Fuga. Medos e afetos são reunidos por meio de antigos porta-retratos de parede (que remetem à casa da avó) com pássaros mortos empalhados ao lado de arranjos florais de prata e pedras semipreciosas; um olhar fúnebre e imortalizado sobre a memória e a morte dentro do ambiente familiar.
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OndeAndaAOnda
Até 14/8. Terça a domingo, das 9h às 18h. Na galeria Parangolé do Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). Entrada franca.
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